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2006/08/15

O Impacto




















Crédito da ilustração: Agência Espacial Européia - ESA


Nesse ponto a sonda com cerca de 285 quilogramas - 200 kg de alumínio do seu corpo de 1m3, 3 kg de N2H4 hidrazina, 0.26 kg de Xenônio, epóxi, dois painéis solares de fibra de carbono e pilhas solares AsGa (arseneto de gálio) com 6.5 metros cada uma, se chocará contra a superfície lunar a uma velocidade de 7200 km por hora, em um ângulo obliquo descendente de apenas 1 grau em uma inclinação ascendente de 2.5 graus, originando uma cratera alongada (semelhante em formato ao das crateras Messier A e B) de tamanho entre 5 e 10 metros.

A velocidade cinética da sonda SMART-1 será menor que a de um meteorito de 1 quilograma que chegue a Lua em velocidade natural de 144.000 km/h ou mesmo, menor que as dos módulos mais maciços que se chocaram durante as missões Apollo. Devido à essa pequena velocidade e obliqüidade de sua órbita seus efeitos serão ainda mais localizados.

Os modelos adotados prevêem que o flash resultante do impacto dure apenas cerca de 20 milisegundos.

A energia cinética será da ordem de 600 MJ e a profundidade de penetração pode ser de um metro. A magnitude térmica do flash alcançaria 7.4 se a metade da energia cinética fosse convertida em calor.De qualquer modo, para o modelo adotado de predição de velocidade de 2 km/s uma estimativa de magnitude em torno de 16 é mais realista (Koschny e Gruen, Koschny 2006).

Um volume de 10 a 80 m3 de material escavado é esperado como resultado desse impacto. 80 % mais leves e frios, constituídos basicamente por poeira de cerca de 15 mícrons de tamanho (normalizado por área) será ejetado e se estenderá por uma área de 25 km2, o que resultará no primeiro minuto após o impacto em obscurecimento total da superfície atingida e, após, em sinais de obscurecimento parcial.

Esse material, na sua totalidade, espera-se poder ser observado por reflexão da luz da Terra (luz cinzenta) numa magnitude em torno de V=17 por km2 , portanto, só acessível aos grandes instrumentos. Telescópios menores poderão detectar o brilho adicional mais restrito a área afetada que, devido ao seu albedo mais elevado, terá um valor adicional de magnitude em torno de 13-14.

Com o componente normal da velocidade da ordem de 130 m/s, espera-se que uma pequena parcela do material ejetado (cerca de 1%) tenha uma velocidade vertical acima de 280 m/s, suficiente para alcançar a luz solar e mostrar-se visível. Isto corresponde para um ângulo de fase solar de 100 graus uma magnitude V=11.5 ou maior, portanto, mais facilmente detectável pelos pequenos telescópios. [ Ver o ítem: As Observações]

A falta de dados mais precisos da topografia lunar (as informações topográficas usadas tem uma grade de apenas 1 quilômetro, obtidas pela sonda Clementine do Science and Technology Operations Centre - STOC) permite também a possibilidade de ocorrência do impacto ou na órbita anterior ou na posterior a da órbita calculada para o impacto nominal.

Isso porque a sonda poderá vir a se chocar contra um monte lunar de altura elevada e desconhecida situado no meio das trajetórias calculadas ou poderá se deslocar entre esses montes , se chocando numa órbita posterior